No monte sobranceiro à vila, no local onde outrora se levantava um castelo que foi cenário de frequentes escaramuças entre muçulmanos e cristãos, aquando da Reconquista, ergue-se a Ermida Nossa Senhora do Castelo. Segundo a tradição oral foi fundada por D. Afonso Henriques, conservando-se nela um retrato deste rei. Sofreu, ao longo dos anos, vários restauros, apresentando-se hoje, airosa e atraente, com o seu pequeno templo e torre debruados a azul-ferrete, próprio da região. Do miradouro avista-se um deslumbrante panorama sobre a várzea, numa planície a perder de vista, onde os campos do Sorraia se desdobram em tons de verde e oiro até à linha do horizonte.
A Igreja da Misericórdia fundada em 1580 é um exemplar dos templos das misericórdias, com nave única e contínua com capela-mor, retábulos triplos, simplicidade formal, Casa do Despacho e sacristia com entrada independente, tribunas para mesários e hospício anexo. O templo foi intervencionado na segunda metade do século XVIII, resultando a reconstrução da fachada tardo-quinhentista e alterações do interior, que conservou a estrutura maneirista, mas cujo abobadamento e ornamentação pertencem ao estilo rococó.
Entre o acervo incluem-se pinturas murais completadas por três pinturas sobre tela no paramento do altar-mor e pela bandeira da confraria, exibida no coro alto, onde se guarda um órgão de tubos oitocentista assinado por António Cerveira, filho de Manuel Machado, autor do órgão do Mosteiro dos Jerónimos, e irmão do escultor Machado de Castro. A Igreja da Misericórdia é desde março de 2020 Monumento de Interesse Público por se tratar de “um exemplar típico dos templos erguidos pelas misericórdias em todo o país.
A antiga igreja, da invocação do evangelista São Mateus, terá sido destruída aquando do terramoto de 1755. Resta apenas a torre sineira, restaurada em 1766, e que agora se vê, isolada, no cemitério da povoação. Numa das faces da torre está aposto um escudo, com as armas reais, mantelado por um chapéu episcopal, que se crê ser do Bispo D. Lourenço de Alencastre.
A Igreja de S. João Baptista, atual igreja matriz de Coruche, foi construída entre 1952 e 1955, tendo a primeira pedra sido lançada em fevereiro de 1952. A inauguração teve lugar em finais de 1958. A igreja de S. João Baptista é ponto de atenção para quem desce até ao centro histórico pela imponência da fachada. À época a igreja custou cerca de 2500 contos, verba para a qual se contou com o apoio da população e dos autarcas, por iniciativa do padre José Alves. Esta edificação é vista como exemplo da união de esforços de pessoas de todas as idades e estatuto social para a história de Coruche.
Sabe-se que o padroado desta igreja da invocação do primeiro bispo de Roma foi doado ao Mestre da Ordem de Avis por D. Afonso III. Tem nave única e as paredes laterais revestidas de azulejos azuis e amarelos tipo «padrão» do século XVII, assim como a empena e o intradorso do arco do cruzeiro. A nave apresenta cobertura de madeira e numa das suas paredes está adossado um púlpito de finos balaústres renascentistas. O altar-mor é de talha grosseira tendo, ao centro, num nicho, a imagem do orago. O frontal do altar apresenta um painel de magníficos azulejos com a imagem de São Pedro rodeada de arbustos, flores e aves, assemelhando-se a tecido. O teto da capela-mor, sob a forma de cúpula, está também graciosamente decorado.
Templo antigo, mencionado nos mais remotos documentos medievais da vila, foi doado por D. Afonso III ao Mestre de Avis por documento de 5 de novembro de 1286. O seu orago é o popular Santo António de Lisboa, mas esteve, primeiramente, sob a proteção do Arcanjo São Miguel. Tem nave única, totalmente revestida de azulejos tipo «padrão» do século XVII em azul e amarelo, púlpito e arco do cruzeiro simples. Num dos altares laterais encontra-se o antigo orago. O altar-mor é simples, com o padroeiro ao centro e outras imagens a ladear. A capela-mor é de cobertura em abóbada, com vários quadros pintados a óleo.
Templo da extinta Santa Casa da Misericórdia da Vila Nova da Erra, a igreja de São Mateus, de estilo românico, apresenta na fachada um portal retangular sobrepujado por uma janela para iluminação do coro alto. Por cima da janela, num nicho, encontra-se uma Virgem, de pedra grosseira, do século XVI. No interior da igreja existe um painel de azulejos tipo «mudéjar» do século XVI e uma pia de água benta que, em vez de coluna, possui uma figura de pedra (século XIX) de quase total relevo, com os braços cruzados acima da cabeça, sendo eles que sustentam a taça, também de pedra (século XVI). Esta peça é popularmente chamada de «Erra Velha».