Essencialmente agrícola, tendo como base da sua riqueza o aproveitamento da água do rio Sorraia. A pecuária e a floresta, assenta numa planura da margem esquerda daquele curso de água e é dominada por um outeiro onde se erguia o Castelo, arrasado pelos mouros em 1180, do qual não existe o menor vestígio. No local da fortaleza foi erguida a ermida de Nossa Senhora do Castelo e no seu adro o grande miradouro da vila oferece um magnífico panorama dela própria, do rio e da campina do vale do Sorraia. O belveder é unanimemente considerado a coqueluche de Coruche.
Não se conhecem referências ao nome de Coruche antes da primeira metade do século XII. Nos mais antigos documentos as formas do nome são sempre Culuchi e Coluchi e até ao século XV vamos encontrar Coluchio e Cruche alternando já com estas a grafia Coruche. A etimologia do topónimo foi estudada por Joaquim Silveira, que a filiou no "elevado monte, em cujo cimo se erguia o castelo medieval de Coruche e a que este castelo e a respectiva torre de atalaia, que havia de ter, dariam ainda uma maior eminência, levam-me, para explicar o seu nome, a aproximar o topónimo Coruche do nosso vocábulo comum corucho, que tem o sentido genérico de extremidade alta e acuminada de alguma coisa, picoto, coruto".
A fundação da vila tem sido atribuída, por vários autores, aos galo-celtas no ano 308 antes de Cristo, o que é vivamente refutado por Margarida Ribeiro no seu "Estudo Histórico de Coruche", situando-a, com os mais sólidos argumentos, no período romano de pacificação das zonas conquistadas, "sendo portanto Coruche uma povoação cuja origem se verificou no período de intensa laboração agrária, ou que teria evoluído dos latifúndios das zonas submetidas".
Séculos mais tarde a vila foi conquistada pelos mouros, sendo a sua população "toda passada a fio de espada", como afirmam textos árabes coevos, o que não corresponderá minimamente à realidade, sabendo-se do exagero das expressões utilizadas pelos escritores muçulmanos no que se refere a crónicas de armas. Pelo contrário, crê-se que a população assimilou normalmente as novas ideias incutidas pelo invasor, existindo mesmo uma larga franja populacional completamente indiferente à guerra, como mostra o primeiro foral e a transmissão de propriedades situadas no limite do termo, a partir de 1201.
Coruche foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques em 1166, doando-a à Ordem de Avis em 1176. A 26 de maio de 1182 o rei concedeu a Coruche o seu primeiro foral, o qual seria confirmado posteriormente por D. Sancho I e D. Afonso II. O foral novo seria outorgado por D. Manuel I, a 28 de Março de 1513.
A vila de Coruche tinha representação nas cortes, com assento no 14.º banco, o que atesta a sua importância, começada a construir a partir do momento em que passou para os domínios da Ordem de S. Bento de Évora, sendo de admitir que tal proteção fizesse progredir a localidade, contribuindo simultaneamente para o progresso agrícola. A intensificação do povoamento como medida de garantia das terras reconquistadas, e cujas disposições se mantiveram até ao reinado de D. João I, foi para Coruche uma determinante do próprio foral, que atraiu gentes do norte do país e permitiu a fixação do elemento judaico, que gozou de grande proteção e do elemento árabe e moçárabe.
Nos alvores do século XVI a vila tinha já alcançado um progresso socioeconómico de grande relevo e, não fora a sua política interna, poderia, pelos privilégios concedidos e confirmados e pela sua riqueza, ter ascendido facilmente à categoria de cidade. É também neste século que se dá a criação da Misericórdia e a construção da sua sumptuosa igreja que viria a substituir a primitiva matriz, erguida em 1221 e arruinada pelo terramoto de 1531.
A Igreja da Misericórdia foi totalmente reformada no século XVII, reconstruída depois de 1755 e restaurada em 1851. O templo é de uma nave, tem duas capelas laterais e o teto é de abóbada. No seu interior guarda pinturas de grande valor. O prospecto exterior apresenta uma fachada de três corpos, coroada por um frontão, e ladeada de duas torres sineiras, baixas. Ao centro do frontão, o brasão da Misericórdia, do século XVIII.
Orago:
São João Baptista
Atividades económicas:
Agricultura (arroz, tomate, milho, beterraba, girassol, vinha), exploração florestal (sobreiros, pinheiros e eucaliptos), pecuária (gado bovino, suíno e cavalar) e indústria transformadora (arroz, pinhão, cana de açúcar)
Festas e romarias:
Nossa Senhora do Castelo (6 a 18 de agosto), Feira de São Miguel (último fim de semana de setembro)
Património cultural e edificado:
Ponte da Coroa
Aqueduto do Monte da Barca
Pelourinho
Ermida de Nossa Senhora do Castelo
Igreja de São Pedro
Igreja de Santo António
Igreja da Misericórdia
Outros locais de interesse turístico:
Rio Sorraia
Miradouro de Nossa Senhora do Castelo
Centro Histórico da Vila
Gastronomia:
Bacalhau assado com migas, sopa de feijão com couve e petingas fritas, cabrito à moda de Coruche, bolo branco, campinos do Sorraia e bolo de noz
Artesanato:
Trabalhos em vime
Cortiça
Olaria
Trapologia
Contactos da sede da União de Freguesias Coruche, Fajarda e Erra:
Morada: Rua 25 de Abril, Quinta do lago, 2100-126 Coruche
Telefone: +351 243675622
Fax: +351 243660623
E-mail: ufcoruche.fajarda.erra@gmail.com
Website: www.ufcoruchefajardaerra.pt
FAJARDA:
Com uma área de 53,9 km2 onde sobressai uma grande mancha verde, constituída essencialmente por pinheiros e sobreiros e terrenos de grande fertilidade, cultivados de tomateiros, girassol e arrozais, deve esta freguesia uma grande parte da sua pujança agrícola ao rio Sorraia, que a limita ao sul.
Freguesia criada em 1984, pertenceu até então à freguesia de S. João Baptista de Coruche. A povoação foi fundada no século passado, mas todos estes terrenos pertenceram à Ordem de Avis, por doação de D. Afonso Henriques, e foram alvo de uma ocupação humana desde remotas eras.
Orago:
Santo António
Atividades económicas:
Agricultura (arroz, tomate e milho), indústria (metalomecânica), construção civil e pequeno comércio
Festas e romarias:
Festa em honra a Santo António (13 de junho)
Semana Cultural (maio/junho)
Património cultural e edificado:
Igreja Matriz
Casa solarenga e capela no Monte das Gamas
Aglomerado residencial com tentadero em ruínas no Monte da Amieira
Gastronomia:
Cachola com batatas
Artesanato:
Miniaturas de trajes regionais
Contactos da delegação da Fajarda:
Morada: Rua do Minderico, 95, 2100-509 Fajarda
Telefone: +351 243678189
Fax: +351 243678189
VILA NOVA DA ERRA
Aldeia tradicional de marcada arquitetura popular, Vila Nova da Erra situa-se entre a charneca e a planície do Sorraia, a cerca de 8 km da vila de Coruche. Casas baixas onde predomina a pureza do branco; ruas tranquilas apresentam trechos de rara beleza, com harmoniosos contrastes de luz e cor.
A Igreja de São Mateus, em estilo românico, apresenta um painel de azulejos tipo "mudejar" do século XVI e uma pia de água benta que, em vez de coluna, possui uma figura de pedra, do século XIX, de quase total relevo, com os braços cruzados acima da cabeça, sendo eles que sustentam a taça, também de pedra, datando do século XVI.
Na freguesia da Erra podem encontrar-se, em bom estado de preservação, alguns exemplares da casa rural tradicional, distinguindo-se pela sua estrutura baixa, planta retangular, construção à base de adobe, tufo ou tijolo de "burro", rebocada com taipa e caiada de branco, as portas e janelas guarnecidas de madeira.
Orago:
S. Mateus
Atividades económicas:
Agricultura e pequeno comércio
Festas e Romarias:
N.ª S.ª do Vale (último fim de semana de julho)
Festa da Cerveja
Património Cultural e Edificado
Igreja Matriz
Casario típico da freguesia
Fonte dos Frades
Locais de interesse turístico:
Miradouro (Barrocas do Tira Cão)
Contactos da delegação da Vila Nova da Erra:
Morada: Travessa da Escola, 2100-623 Vila Nova da Erra
Telefone: +351 243679462
Fax: +351 243679462